quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Mídias sociais: A comunicação de todos para todos

Se fosse preciso simplificar o mundo contemporâneo em uma única palavra, certamente esta palavra seria REDE. Tanto no mundo “real” quanto no virtual, o conceito de rede permitiu um maior fluxo de informação e comunicação entre todos os setores da sociedade. Voltado por âmbito virtual isso vem expresso com maior força no avanço das mídias sociais (Orkut, Facebook, Twitter, Blogs Ning, etc..); e na influência que estas vem exercendo cada vez mais na vida de todos.

Os aspectos que determinam a importância das mídias sociais são muitos, mas alguns são de extrema importância: Primeiramente, é preciso levar em conta que assim como nos meios tradicionais de comunicação (TV, Rádio, Jornal impresso), a massificação da internet vem possibilitando cada vez mais um número maior de usuários destas novas tendências. Sendo assim, estas ferramentas se tornaram um meio de comunicação pessoal indispensável, como o celular, o correio entre outros; E com a vantagem de serem mais rápidas, mais econômicas e em alguns casos mais precisas.

Em seguida, outro fator muito importante: Nas mídias sociais, todos são ao mesmo tempo produtores e receptores de informações, seja ela de qualquer natureza, o que possibilita a “democratização da informação”.

Mas de que forma isso influencia em nossas vidas? Simples! Ao democratizar a informação, esse processo cria diversos canais alternativos de comunicação, o que faz com que a informação não seja uma “via de mão única” como na maioria das vezes acontece com os meios de comunicação tradicionais. (Vale ressaltar que a maioria dos meios tradicionais atende a um determinado interesse social, política e/ou econômico, fazendo com que a informação chegue a todos de acordo com o estes interesses).

Na região do Vale do Jequitinhonha, as mídias sociais deram inicio a dois movimentos de grande impacto. Primeiro, O crescimento no número de Blogs voltados para a produção de informações da região, além de quebrar o velho conceito de “Vale da Miséria” criado pela “grande mídia”, vem sendo um grande instrumento de controle social. Os blogueiros além de denunciarem o descaso das diversas esferas do governo nas cidades da região, estão dando inicio a grandes mobilizações de incidência política e social da população.

E foi através do FACEBOOK (mídia social em grande ascensão), que diversas lideranças deram inicio a mobilização “A UFVJM é Nossa”. O movimento visa cobrar dos órgãos competentes a criação de três pólos da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri, no Baixo, Médio e Alto Jequitinhonha. A campanha tem levado milhares de pessoas as ruas, representando um momento singular na história da região.

“Acredito que existe uma apropriação progressiva de todas as mídias possíveis, porém sem nos darmos conta disso, sem buscarmos fazer o uso emancipatório delas, não porque nos sentimos embasbacados diante deles, mas porque no cotidiano estamos habituados a aceitar as coisas como dadas, prontas e acabadas”, afirma Eric Ramalho, editor do Blog Onhas, sobre o processo de avanço das mídias sociais.

Will Nascimento
Pedra Azul

Texto originalmente postado na
Rede de Jovens Comunicadores do Semiárido

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A cultura do vale e os Pontos de Cultura

Apresentação da autora

Sou Alba Valéria, natural de Almenara, vivi minha primeira infância na fazenda do meu avô e depois nos mudamos para a cidade de Rubim, onde estudei o fundamental e o antigo ginasial.

Naquela época, não havia escola de segundo grau na região, razão pela qual me mudei para a capital, não sem pesar, mas acompanhada de outros muitos colegas, o que aplacou a “saudade de casa”.

Depois de me formar em Pedagogia, voltei para Rubim a fim de cumprir um estágio obrigatório de 6 meses. A carência de profissionais habilitados era grande, o que me fez permanecer trabalhando ali por dois anos. Nesse período, além de dar aula para o curso de formação em magistério, participei da criação do Grupo de Apoio Comunitário – GAC. Essa entidade realizou ações nas áreas de educação (alfabetização de adultos), cultura (teatro e participação em festivais) e fortalecimento das associações de bairro, através de apoio institucional e jurídico. Os frutos desse trabalho ficaram em meu imaginário principalmente pela necessidade da continuidade, mas eu desejava prosseguir meus estudos e por isto retornei à capital.

Quase 20 anos depois, retorno a Rubim e tenho a chance de dar continuidade àqueles projetos iniciados, à frente da diretoria de ONG VOKUIM e com a implantação do Ponto de Cultura Folias da Cultura.

Folias da Cultura

A cultura do Vale do Jequitinhonha tem lugar de destaque no cenário nacional. São saberes e fazeres diversos de um povo que luta para preservar sua terra e ver seus filhos crescendo e vivendo com dignidade, sem ter que abandonar o lugar onde nasceram.

São muitas as iniciativas e projetos que versam sobre a valorização da cultura e a preservação dos bens culturais materiais e imateriais dos municípios do Vale. Entretanto todos eles esbarram na questão da sustentabilidade, devido à dificuldade de captação de recursos para sua continuidade.

No Vale há artesanato, folia de reis, congado, catopês, batuques, histórias, cordéis e loas cantadas e contadas, que revelam a faceta multicultural do Vale do Jequitinhonha.

Os Vales são tantos como as Minas Gerais. São vários e multifacetados. Neste Vale, o sagrado está em tudo e revela as tradições dessa gente que traz a terra em suas veias.

Apesar de toda essa riqueza, as condições de vida das populações na maioria dos municípios, ainda é precária e carece de investimento em setores prioritários como saúde, educação, saneamento, habitação e cultura.

A fim de fazer frente à situação de vulnerabilidade social em que se encontra boa parte da população, inclusive crianças, uma série de ações vem sendo realizadas por ONG’s e agentes culturais. Estes grupos têm algum trabalho de formação já iniciado e precisam de aperfeiçoamento, qualificação e continuidade. Investir na formação e qualificação de recursos humanos é vital para o reconhecimento do capital cultural e para o desenvolvimento da região.

Em Rubim, a ONG VOKUIM faz a gestão de um Ponto de Cultura, o Folias da Cultura.

Os Pontos de Cultura são iniciativas culturais desenvolvidas pela sociedade civil com apoio do Governo Federal, através do Programa Mais Cultura, em conjunto com os Governos Estadual e Municipal. Eles representam uma grande conquista para o movimento cultural de todo o país e, em particular para regiões isoladas geograficamente e que prescindem de políticas públicas municipais de incentivo à promoção e volorização da cultura. Como disse o ex-ministo Gilberto Gil, quando esteve à frente da pasta da Cultura,

O Ponto de Cultura é uma espécie de ‘do-in’ antropológico, massageando pontos vitais, mas momentaneamente desprezados ou adormecidos, do corpo cultural do País.

Em Rubim, o Folias da Cultura têm a tarefa de revitalizar manifestações, inventariar bens culturais que estão em vias de extinção e oferecer formação técnica. Através de oficinas, pesquisa, documentação e intercâmbio, os grupos têm espaço para troca, aquecimento da memória e reconhecimento de suas características próprias. As oficinas, de formação visam aperfeiçoar a musicalidade, o ritmo, as vozes, a expressão, a dança, a teatralidade, a culinária, que são aspectos componentes da expressão do povo do Vale.

Em Minas Gerais, em 2009 foram conveniados 100 pontos de Cultura, 15 deles no Vale do Jequitinhonha: Casinhas de Cultura de Jenipapo de Minas, Folias da Cultura de Rubim, Raízes da Nossa Terra de Comercinho, Semente Cultural de Carbonita, Gera-Ação Cultural de São Gonçalo do Rio Preto, Vivendo Cultura de Almenara, Cultura Viva de Couto Magalhães de Minas, Casinha - Os Nossos Pontos de Cultura de Virgem da Lapa, Criandoarte - Crianças e Adolescentes Fazendo Arte de Couto Magalhães de Minas, Estação Cultural de Coronel Murta, Cultura Viva de Veredinha, Ponto do Artesanato e da Cultura de Jequitinhonha, Memorial do Tropeiro de Salinas, Cultura e Vida no Vale de Datas e Cultura Ativa de Itaipé.

Este é um ganho cultural para o Vale e para todo o país.

Alba Dutra
Rubim


Texto originalmente publicado no blog Made in Rubim,
em http://madeinrubim.wordpress.com/historia/folias/alba/
e em http://madeinrubim.wordpress.com/historia/folias/

Comunicadores do Jequitinhonha discutem futuro da comunicação em Encontro

O I Encontro de Comunicadores do Vale do Jequitinhonha aconteceu na cidade de Itaobim durante os dias 27 e 28 de janeiro.

O evento, que foi promovido pelo Pólo Jequitinhonha, da UFMG, teve como finalidade discutir a comunicação do Vale e agregar parcerias entre os diversos meios de comunicação.

Durante a manhã dos dois dias, uma mesa de debates foi formada por comunicadores e professores; no primeiro dia o tema discutido foi o "Acesso do público do Vale às diversas mídias".

Durante esse primeiro debate, o assunto que causou as mais acaloradas discussões foi a influência das autoridades políticas nos meios de comunicação da região, já que as empresas de cunho jornalístico enfrentam grande dificuldade para subsistirem com os poucos recursos que o poder privado aplica nos meios de comunicação da região.

Para Tadeu Martins, fundador em 1978, do jornal Geraes, o grande obstáculo enfrentado pelos meios de comunicação do Vale é a conivência desses meios com relação às configurações políticas constituídas.

No segundo dia do evento, o tema do debate foi "A comunicação nos tempos das mídias digitais" discutido e debatido por diversos comunicadores, não apenas da mesa.

Para a funcionária pública Fátima Pimenta, de Capelinha, por exemplo, uma das grandes preocupações do setor é a completa falta de fiscalização às pesquisas e enquetes divulgadas nos blogs e sites.

Além das duas mesas de debate entre os comunicadores do Vale e professores, o Encontro também ofereceu aos participantes 6 oficinas, nas áreas de Radiojornalismo, de Comunicação para mobilização social, de Redação jornalística, de Mídia tática, de Mídias sociais e comunicação e de Audiovisual para a web.

De acordo com o coordenador do evento e professor do departamento de Comunicação Social da UFMG Márcio Simeone, a principal motivação para o evento é a interação, cada vez maior, entre os diversos meios de comunicação que vêm surgindo no Vale. "Nos últimos anos, vem sendo o registrado o surgimento de diversas mídias no Jequitinhonha. O Encontro foi realizado para discutirmos e aprendermos mais sobre esses diversos meios", ressalta.

Eric Renan, 26 anos, participante de Coronel Murta, considerou o evento uma possibilidade de contribuir para a integração dos meios de comunicação na região. "Aqui temos a possibilidade de unificar nossa luta, reivindicando causas importantes para o Vale", completou Renan, que participou da oficina de Comunicação para mobilização social.

O saldo final foi muito positivo. O I Encontro de Comunicadores do Vale contou com a presença de cerca de 120 participantes, representando 31 cidades.

Hélio de Silva e Souza
Capelinha

Serviço social - Voluntariado

O trabalho remunerado é difícil de ser encontrado e bastante procurado e, se encontrado, assumir esse trabalho exige muita responsabilidade. E daí? Eu assumo, você assume? E trabalhando assim venceremos. O trabalho voluntário é fácil, pois depende apenas de nós mesmos. Podemos oferecer o nosso trabalho e isso exige muita responsabilidade, mas é fácil de ser assumido, pois fazemos esse trabalho com amor e a recompensa será grande.

Francisca “Chica” Alcântara
Itaobim

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Instruções para imprimir

em anexo o arquivo do Manifesto para download:

http://www.4shared.com/document/rtd2Kn5t/manifestodasjuventudes.html

o documento deve ser impresso, na frente e verso de uma folha A-4
deve-se estar atento para não imprimir de um lado de cabeça para
cima e do outro de cabeça para baixo;
junta-se as 6 folhas, dobra-se no meio e grampeia;
para copiar em máquina de xerox o ideal é publicar cada página
em uma folha independente.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Introdução: Este trabalho

Reunimos no dia 27 de julho, nós, os quatorze participantes
da oficina “A Arte da Escrita”, para o início das
atividades. Já no dia seguinte, debatíamos sobre o trabalho
a ser feito para a Mostra das Oficinas, e resolvemos, todos
nós, fazer um trabalho em conjunto. Mas o quê? No dia 26,
muitos dos participantes da oficina tinham participado do
Encontro das Juventudes, dirigido pelo professor Juarez
Dayrrel, com debates reunidos na “Carta das Juventudes
do Vale do Jequitinhonha”. A ideia era ampliar um pouco
o texto, inserindo “Denúncias” (parte I), atitudes que estão
dando certo (“parte II: O que está dando certo”) e ainda as
atitudes que precisam ser tomadas urgentemente (“parte
III: O que deve ser feito com urgência”). O resultado foi
este livrinho que o leitor agora tem em mãos. Esperamos
que gostem. [Padre Paraíso, 30 de julho de 2010.]

Adendo. Os textos foram todos escritos nos dias 29 de
julho, sendo que alguns apenas iniciados no dia 28 e outros
finalizados no dia 30; ainda no dia 30, nós digitamos,
corrigimos e diagramamos os textos; além de três ensaios
com os declamadores, encarregados de apresentarem os
doze textos para o público da Mostra das Oficinas, que
aconteceu na manhã de sábado, dia 31, na Câmara Municipal
de Padre Paraíso; antes da leitura, fora feita a primeira
impressão do Manifesto, com vinte exemplares, após o
evento mais oito. Quero agradecer encarecidamente a todos
que nos ajudaram. [Pedra Azul, 1o de agosto de 2010.]

Luís

Parte I: Denúncias

texto 1: A violência
texto 2: Despreparo dos jovens com relação à sexualidade
texto 3: Despreparo das autoridades policiais
texto 4: Falta de estrutura dos serviços públicos
texto 5: Despreparo dos educadores
texto 6: Falta de inclusão
texto 7: Descaso com o esporte e a cultura
texto 8: Falta de coerência